Quando começamos a pensar em segurança do trabalho????
Quando falamos em Segurança do Trabalho, buscamos entender como foi o seu início:
As atividades laborativas nasceram com o homem, pela capacidade de raciocínio e pelo instinto de se agrupar, com isso o homem conseguiu, através da história, avanços tecnológicos que possibilitaram sua existência no planeta.
Partindo da atividade predatória (caça), evoluiu para a agricultura e o pastoreio, alcançou a fase do artesanato e atingiu a era industrial (atualidade).
Desde a era pré-histórica– período paleolítico (pedra antiga) – já se pensava em segurança. O Homem começa então a produzir os primeiros artefatos em pedra lascada. Neste período os humanos eram essencialmente nômades caçadores/coletores, tendo que se deslocar constantemente em busca de alimentos. Desenvolveram os primeiros instrumentos de caça feitos em madeira, osso ou pedra lascada.
Isso é da natureza do homem, que busca maneiras de se proteger contra os perigos e intempéries decorrentes do dia-a-dia.
O verdadeiro instinto de preservação era algo natural. O homem encontrava na caça não só a garantia de subsistência na alimentação, mas com a necessidade de se agasalhar, produziam vestimentas utilizando as peles das caças e ainda usavam os ossos para fazer armas para a sua proteção e segurança. Com a evolução das ideias, os meios de proteção foram se aprimorando.
E o homem buscou – e sempre buscará – a segurança. Podemos analisar que, centenas de anos antes de Cristo, grandes filósofos e médicos da época, já pensavam em Segurança no Trabalho, sendo alguns deles:
ARISTÓTELES, na era Greco-Romana – 384 – 322 a. C., abordou e cuidou de enfermidades nas mineradoras e tentava evitá-las.
PLATÃO –427 a. C., associou certas deformações do esqueleto, ao exercício de certas profissões.
HIPÓCRATES, “pai da Medicina” – 460 – 375 a. C., discorria sobre as doenças que acometiam os trabalhadores de Minas de Estanho (estanhose), referindo-se a doenças entre trabalhadores, aconselhou a higiene dos trabalhadores após o trabalho.
PLÍNIO, “o Velho” – 23 – 79 d. C., em sua História Natural, trata pela primeira vez temas referentes à segurança do trabalho, descrevendo as deficiências causadas nos mineradores de chumbo, zinco e enxofre, recomendando o uso de máscaras protetoras.
GALENO – 129 – 217 d. C., em 200 d. C., estudou as doenças do trabalho nas Ilhas do Mediterrâneo, fazia muitas conferências sobre medicina e higiene ligando esta, a saúde.
AVICENA, médico árabe e “filósofo mais influente da era pré-moderna” – 980 – 1037 d. C., abordou o problema do saturnismo (ou plumbismo) que é a intoxicação aguda ou crônica por chumbo ou por algum de seus sais. Na Roma antiga não se sabia sobre os riscos do uso desse metal e ele era usado no transporte de água potável (aquedutos), na fabricação de alimentos (utensílios de cozinha) e para adoçar vinhos (acetato de chumbo). Há quem relacione a decadência do império romano com o saturnismo. “O Vinho” foi o responsável pela queda do império romano.
PARACELSO – 1493 – 1541 d. C., – investigou algumas doenças ocupacionais, seu intento era demonstrar a necessidade de proteger o trabalhador, foi ele o primeiro a escrever uma monografia sobre o tema: trabalho e doença, descreve também doenças de mineiros da região da Boêmia e a intoxicação pelo mercúrio.
GEORG BAUER, Georgius Agricola – 1494 – 1555 d. C., faz referência a doenças pulmonares em mineiros, com descrição interessante de sintomas que hoje atribuímos à silicose e que Agrícola denominou como “Asma dos Mineiros” em sua obra De Re Metallica (libri XII. – Basileae: Froben. – 1556. – 590 s, 1556.)
RAMAZZINI, o “Pai da Medicina do Trabalho”, – 1633 – 1714 d. C., em 1700, na Itália, publicou um compêndio sobre os riscos que algumas atividades profissionais oferecem à saúde do trabalhador, com 50 DOENÇAS de 50 PROFISSÕES, esse foi o marco da segurança do trabalho.
Este, ficou conhecido por sua famosa frase: Qual a sua ocupação?. Pois quando o procuravam para uma consulta, a primeira pergunta do médico ao paciente era: “Qual sua ocupação?”, uma alusão que a atividade profissional influenciava na enfermidade.
É a própria história do mundo que narra isso. Muitos foram aqueles que se arvoraram na procura pela segurança. Com a evolução industrial o homem passa a realizar atividades remuneradas e a segurança foi algo que começou a ser discutida.
No mundo contemporâneo o homem evolui, está nas organizações, portanto é natural que busque essa segurança dentro das organizações.
As normas protetivas do trabalho datam desde o século XIV, com as Corporações de Artesãos ou Corporações de Ofícios, que regulamentavam e protegiam certas ocupações, surgindo a primeira regulamentação trabalhista, que compreendiam normas sobre a aprendizagem, a duração do trabalho, o descanso nos feriados, entre outros.
Quando surgiu a segurança do trabalho no Brasil?
Com Getúlio Vargas assumindo o poder no ano de 1930, ele começa a elaborar novas ideias para o País, principalmente sobre a regulamentação do trabalho.
As NR’s (Normas Regulamentadoras) foram aprovadas pela Portaria N. ° 3.214, em 8 de junho de 1978. Atualmente temos 36 NR’s em vigor.
A NR12 (Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos) está sendo revisada pela comissão tripartite nos últimos 4 anos, sem data para finalização. O Ministério do Trabalho publicou a Portaria nº 98 em 8 de fevereiro de 2018, que altera itens da parte geral da Norma Regulamentadora n.º 12, que passaram a ser aplicadas.
Conclusão:
Com toda esse pensamento construtivista, podemos dizer que, desde os primórdios da humanidade, se pensava em segurança nas atividades laborais e com a evolução do homem para a era industrial, percebeu-se a precariedade dos ambientes de trabalho, a falta de condições humanas e a necessidade de melhorar as condições do trabalho, isso fez com que iniciasse movimentos para a conquista de leis e normas trabalhista.
Bibliografia:
http://www.administradores.com.br
http://www.culturabrasil.org/prehistoria.htm
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